domingo, 28 de fevereiro de 2010

Benin-Bahia no Museu Afrobrasil


Encerrada hoje a primeira exposição do Museu Afrobrasil, específica sobre a relação Benin-Bahia estabelecida ao longo tráfico transatlântico entre o golfo do Benin, quando ainda era o Daomé, e a Bahia de Todos os Santos, ou seja, uma exposição fortemente ligada ao Culto aos Voduns e a nós descendentes e herdeiros da Cultura Ewe-Fon-Anagonu, ou Jeje-Nagô.
O evento contou com a participação de diversos representantes da Cultura Bahiana. O ponto culminante foi o depoimento emocionado do presidente da entidade, José Carlos Capinam, frisando ser este encerramento, na verdade, o ponto de início de tantas outras que certamente, realizaremos. O acervo reunido é o resultado de mais de 20 anos de trabalho voltados para o resgate da memória do negro no Brasil, o artista plástico, curador e diretor de museus Emanoel Araujo reuniu uma extraordinária coleção de mais de 5000 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, livros, vídeos e documentos, de artistas e autores brasileiros e estrangeiros, relacionados com a temática do negro. É uma parte dessa coleção, num total de 1100 obras, que ele cedeu em regime de comodato à Secretaria de Cultura do Município de São Paulo para constituir o acervo inicial do Museu Afro Brasil Capinam estava ladeado de nomes tais como Jaime Sodré, Nivalda Costa e tantos outros.

Comissão de Ciência e Cultura do Terreiro Vodunzo

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Festival dos Voduns


Todos os anos no mês de janeiro acontecem na cidade de Ouidah, no Benin, as festividades do Culto aos Vodun. Ouidah ou Ajuda como também é conhecida essa cidade portuária do Benin, era um ponto de embarque de escravos negros da Costa Oeste da África também conhecida como Costa dos Escravos, durante aquela sombria epopéia da história humana. Os negros levaram os Voduns para Cuba, para o Haiti, e para o Brasil. O Vodun é hoje a religião de cera de 30 milhões de Africanos e seus descendentes na Diáspora. A Cristandade e o Islã tentaram apagar essa Cultura Religiosa da face do planeta, sem sucesso. Assim o Culto aos Voduns tem persistido e prevalecido nos últimos 400 anos. Recentemente, as autoridades políticas do Benin, assim como representantes da Cristandade e do Islã, finalmente reconheceram o status de Religião do Vodun, e estabeleceram uma data comemorativa com feriado nacional em todo o Benin. Essa data é o dia 10 de Janeiro que atrai para Ouidah multidões não só de países vizinhos dentro da própria África, bem como de outros países hospedeiros dos descendentes da Diáspora. Nós planejamos ter nossa presença confirmada p no próximo dia 10 de janeiro de 2011, em Ouidah para participarmos com nossa delegação desse encontro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O jeje Savalu


Os Savalus ou Savalunos, como também são chamados, chegaram ao Brasil escravizados em meados do século XVII, juntamente com outras etnias, entre outros os falantes das línguas akan, língua ewe, língua fon, língua mina, língua fanti e língua ashanti.
O Jeje Savalu é o culto dos Vodun provenientes da região do antigo Reino do Dahomé chmada, Savalou ou Savalu. Esse Reino é hoje parte da República do Benin, e essa regiao é uma cidade que é uma cidade que mantém esse nome, localizada a uns 70 quilômetros da cidade de Dassa-Zoumé onde existe o Templo Dassa-Zoumé dedicado a Nanã Buruku. O termo Saluvá ou Savalu, vem de Savé ou Savi que era o local onde se cultuava Nanã.
Nanã, é denominação de uma localidae situada na rota para a cidade de Savéa parte norte do Benin,
Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé, é uma parada na rota para o norte é a cidade de Savé. É um lugar muito especial e de grande tradição religiosa desprendida das misteriosas formações rochosas, algumas de caráter sagrado e a alma do povo Fon a perceber-se por toda parte, principalmente pelo culto ao Vodun Sakpata.
Alguns estudiosos associam a Cultura Ewe-Fon a uma subdivisão na hierarquia do Panteão Ioruba, no que tange principalmente a identidade cultural. Nesse sentido alguns pontos polêmicos merecem destaque, como por exemplo, a presença de Nanã, seguramente uma divindade de origem Fon, na Cultura Ioruba.
Antes da libertação dos escravos em 1888, os escravos fugidos das fazendas reuniam-se em lugares afastados nas florestas em agrupamentos ou comunidades chamadas quilombos, depois da libertação, os africanos libertos reuniam-se em comunidades nas cidades que passaram a chamar de candomblé.Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. Os Savalus falam um dialeto que mistura a língua dos Ewe e dos Fon.

O terreiro Vodun Zo


Líder Espiritual:
Doté Amilton de Sogbo
Localizado a Rua do Curuzú, 222 no bairro da Liberdade, na cidade de Salvador Bahia, o Kwe Vodun Zo ou Terreiro do Deus do Fogo é um templo religioso dedicado ao Culto dos Voduns trazidos para o Brasil pelos nossos ancestrais originários do antigo Reino de Savé, tendo como no centro desse zelo a Divindade Sogbo, que teria em Xangô, o equivalente Ketu-Nagô. O nosso templo desenvolve suas atividades tendo como parâmetro as bases culturais herdadas dos nossos antepassados, que não traçam uma linha de divisão estanque entre cultura e religião. A nossa filosofia é o respeito à Natureza em sua plenitude, e assumimos que a única forma de comunicação com o Universo é o amor a essa Mãe. Não enxergamos diferenças entre os nossos ancestrais e os homens dos nossos dias, todos temos as mesmas necessidades e somos visitados pelas mesmas vicissitudes. As religiões nasceram da necessidade do homem de se comunicar com as suas Divindades, no objetivo de sobreviver, de ter a permissão Divina no que toca a continuar no mundo, vivo no minuto subseqüente a esse de agora. A palavra religião vem do latim relligare, ou seja, religar refazer a ponte entre Criador e criatura. A nossa filosofia é multi milenar e nem por isso pretende ser superior, ou mais esclarecida que qualquer que seja outra crença, que porventura, tenha surgido posteriormente. Não fazemos apostolado nem praticamos qualquer tipo de “evangelização”. A nossa Crença é a Felicidade. Quanto a nossa ritualística nos reservamos o direito de seguir os Ensinamentos ancestrais com desvelo, determinação e perseverança. Poderíamos resumir a nossa filosofia em uma frase dita por um habitante nativo da América do Norte, em uma conferencia, ocorrida certa vez Nova York: “– A superstição de um homem é a religião do seu próximo – ” .

Comissão de Ciência e Cultura
Kwe Vodun Zo
Rua do Curuzu, 222 Bairro da Liberdade
Tel. (71) 3236-1367
Salvador Bahia Brasil